Esculturas e relevos de João Werner

Alegoria à vida do "Lugar sem Nome"

Trabalhei neste painel durante 18 meses, aproximadamente. Foi um período quase monástico para mim. Entalhava diariamente. Era um adolescente recém chegado de Nietzsche, Hermann Hesse e Dostoievsky. Gostava da cultura grega. O cheiro do cedro, o tac-tac do trabalho de "pica-pau" até hoje são lembranças muito emotivas para mim.

Este painel é uma experiência mística, pessoal e lisérgica, traduzida através da interação entre sete figuras dispostas em dois planos distintos.

Embaixo, há duas figuras, o 'Devorador de olhos' e a 'Ninfa correndo''. Do lado superior, à esquerda, há um "Casal de mãos dadas". A mulher segura os cabelos esvoaçantes da ninfa que corre. O homem segura uma muda de cipreste que será plantada.

O último grupo de figuras é a "Tríade hindú", inspirada na iconografia de antigos deuses hindús. É uma mesma personagem repetida três vezes em situações distintas. A primeira aparição, ajoelhada, cava a terra onde será plantado o cipreste. A segunda está de joelhos e voltada à direita, lança olhos que depois adquirem asas. A terceira personagem está de pé e tenta alcançar o sol ao alto.

Entremeados a estas sete figuras, há uma profusão de pequenos personagens, plantas e texturas.

TRABALHO paciente. Folha de Londrina, Londrina, 09 ago. 1984. p. 1.

Reportagem acerca da conclusão do painel em madeira entalhada “Alegoria à vida do ‘Lugar sem Nome’”

Dulcinéia Novaes. João, artista. Folha de Londrina, Londrina, 09 ago. 1984. Caderno 2, p. 13.

Adalice Araújo. Mostra itinerante de João Werner. Gazeta do Povo, Curitiba, 05 abr. 1987.

Detalhes técnicos

Relevo entalhado em pranchas de cedro.

Dimensões aproximadas de 18 m².

Localizado na cidade de Ibiporã, PR.

Realizado em 1982.

SHIKASTA

" O relevo em cimento "Shikasta" é inspirado em romance homônimo da autora Doris Lessing, Nobel de Literatura. Narra o desenvolvimento da humanidade a partir da intervenção de seres divinos.

A narrativa se desenvolve da esquerda para a direita, como uma história em quadrinhos. Ao mesmo tempo, o painel é dividido por uma linha horizontal entre duas seções, superior e inferior.

Na inferior, vê-se uma parábola da história humana, através do uso da tecnologia em benefício da guerra.

Na parte superior, vêem-se figuras aureoladas que, como fabula Doris Lessing, intervém pelo bem da humanidade. "

Dulcinéia Novaes. Pra que tanto concreto?. Folha de Londrina, Londrina, 19 abr. 1986. Caderno 2, p. 15.

Reportagem acerca da conclusão de meu painel em concreto e ferragem “Shikasta”.

Detalhes técnicos

Frontão em relevo de cimento com incrustrações de chapas cortadas de cobre, latão e ferragens.

Dimensões: 8 m2.

Localização: Ibiporã, PR.

Data da realização: 1986

MONUMENTO AO "BÓIA-FRIA"

A idéia desta escultura era homenagear os muitos homens e mulheres anônimos que ajudaram a criar a região norte do Paraná e a transformaram em grande produtora rural, originando as riquezas que tão poucos usufruem.

Não rendendo licitações, exatamente como aqueles a quem pretendia homenagear, a escultura era desinteressante ao "poder público". Foi abandonada e depois se perdeu.

Hoje, está desaparecida.

TRIBUTO ao homem do campo. Folha de Londrina, Londrina, 07 jan. 1987. Caderno 2, p. 11.

Acerca da colocação de minha escultura “Monumento ao Trabalhador rural” em praça pública da cidade de Cambé (PR).

Descritivo

Escultura em cimento e ferragem.

Dimensões de 100 x 100 x 250 cm.

Localização: Cambé(?) (PR).

Data da realização: 1986.

CRISTO MORTO

Essa escultura foi encomendada pelo padre João Giomo para a Igreja Matriz da cidade de Ibiporã, PR.

Foi esculpida em uma tora de kiri, que havia sido doada por um madeireiro da região.

Pretendi, com a iconografia, representar um Cristo sereno no momento da morte.

UM Cristo sem dor. Folha de Londrina, Londrina, 03 abr. 1988. Caderno 2, p. 28.

Acerca da execução de minha escultura em madeira “Cristo morto”, para a Igreja Católica da cidade de Ibiporã.

Detalhes técnicos

Escultura em madeira kiri, com 2 metros de comprimento.

ano de realização: 1986.

Localização atual: Museu de Arte de Ibiporã, PR.

"FIGURINHAS"

Minhas esculturas em cimento de pequeno porte são de minhas obras preferidas. Gosto de chamá-las 'figurinhas' pois sua escala e seu peso tem algo de pueril e frágil.

Começo a trabalhar vertendo o cimento molhado em uma caixa de madeira que previamente construí. Quando o bloco de cimento adquire um ponto de secagem suficiente para se sustentar sozinho, retiro a caixa e exponho o bloco semi-úmido.

Trabalho com ferramentas de aço, estecas de argila, colheres, arames e qualquer outra coisa que esteja à mão e seja útil. Tenho de ser rápido e terminar a peça antes que o bloco de cimento seque totalmente. Depois de seco o bloco, não trabalho mais.

Já perdi várias esculturas por não conseguir terminá-las totalmente antes que secassem. às vezes, um dia particularmente quente e seco acelera a secagem, ou chega uma visita a quem dedico atenção ou, mesmo, um erro meu na avaliação da umidade do bloco.

Doação

Escultura em cimento

Amantes

Escultura em resina

O dedo do Gutei

Escultura em terracota

Sátiro

Escultura em cimento

Maternidade

Escultura em cimento

Atabaque

Escultura em resina

Patriarca

Escultura em cimento

Moça com palmeiras

Escultura em cimento

Amantes

Escultura em cimento

Luta dos anjos

Escultura em gesso

Ícaro

Escultura em ferro fundido

Fauno

Escultura em cimento